quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sobre A Cura: Um Pequeno Testemunho E Uma Pequena Reflexão


É importantíssimo entendermos que nem todas as enfermidades físicas serão saradas, precisamos entender bem isso, para que o inimigo não consiga entrar em nossos corações a ponto de nos rebelarmos contra Deus. Muitas vezes, servos fiéis são “convocados” para estar na glória com Deus e sequer são aliviados de seus males. Vivi essa experiência bem de perto e afirmo com propriedade o que acabo de escrever...
Durante onze anos da minha vida, convivi com um mal que assolava a vida da minha saudosa mãe, cujo o termo científico usado pela medicina era "insuficiência renal crônica", isto é, os rins deixam de executar a sua função normal e passam a não filtrar mais o sangue que circula por todo o nosso corpo, fazendo com esse sangue fique carregado de toxinas altamente prejudiciais ao nosso organismo, como a uréia e a creatinina. Em pacientes com insuficiência renal crônica, também podemos mencionar o acúmulo de líquidos ingeridos pelos mesmos que, seriam excretados na urina, mas, por causa do mal funcionamento dos rins, esse processo não é possível. Existem também os que conseguem excretar resíduos líquidos, porém, as toxinas não são eliminadas. O tratamento é algo muito doloroso e consiste no paciente passar por  sessões de hemodiálise, até que consiga um transplante renal.
Após muitos anos convivendo de perto com a enfermidade de minha mãe, lembro-me que, numa determinada noite, recebemos um telefonema da Central de Transplantes, situada na cidade do Rio de Janeiro (naquela época a fila de espera para um órgão era única no Estado) e, a profissional de saúde, responsável pela captação dos órgãos e notificações aos interessados inscritos na fila de transplante, dizia que havia um rim “o+” (ó positivo), compatível com o tipo sanguíneo da minha mãe e, que por volta das próximas três horas receberíamos uma notificação mais detalhada sobre a compatibilidade do mesmo que, seria constatada através de um exame chamado de “exame de placa”. A expectativa por obtermos uma resposta nos consumia e, após as três horas mencionadas para que o tal exame fosse totalmente concluído, recebemos uma nova ligação com um tom de urgência, nos instruindo a estar no Rio de Janeiro antes das oito da manhã, devido a alta compatibilidade verificada no órgão captado e alguns resultados de exames que eram feitos por minha mãe, com intervalo de três meses, na própria Central de Transplantes que nos ligara naquela madrugada.
A felicidade tomou conta de todos nós que aguardávamos ansiosos por aquela ligação! Parecia o fim de um grande pesadelo para a minha mãe e para todos que presenciavam a sua luta durante todo aquele tempo de sofrimento. Aquele mal também nos atingia, pois, nos sentíamos impotentes diante daquela enfermidade crônica e agressiva, sofrendo junto com ela, sem poder fazer nada, humanamente falando...
Chegamos ao Rio, fizemos uma pequena parada para alguns exames finais no Hospital Geral de Bonsucesso e, em seguida, nos dirigimos ao local marcado para o transplante, o Hospital Universitário da Ilha do Fundão (UFRJ). O transplante foi um sucesso, de acordo com a equipe médica responsável pela cirurgia. Os dias se passaram e, vivemos várias experiências dentro e fora daquele hospital. Me recordo de duas experiências em especial em que pude ver o cuidado de Deus para com a minha vida naquela cidade agitadíssima...
Numa determinada tarde, decidi fazer algo diferente... À caminho da minha visita diária ao Hospital, eu costumava apanhar um ônibus que me levava até o centro de Duque de Caxias e depois um outro, que me possibilitava descer em frente ao Hospital do Fundão, somando assim, dois ônibus em minha ida ao Hospital. Naquela tarde, decidi tomar somente um ônibus, analisei o sistema de linhas e cheguei a conclusão de que se eu desembarcasse na Avenida Brasil, mesmo que eu andasse um pouquinho até chegar ao meu destino, não iria precisar de duas conduções. Assim o fiz e, no meio da minha caminhada rumo à visita, observei que estava no meio de um tiroteio. No ponto onde eu estava, logo acima, estava o Complexo da Maré, um dos conjuntos de favelas mais perigosos daquela região do Rio. O que fazer diante daquela situação de perigo? Bom, decidi clamar a Deus e pedir a Ele que me guardasse das balas perdidas. Logo após essa situação, ao reconhecer que nada de mal tinha me acontecido, O agradeci por me guardar mais uma vez! A noite, chegando na casa de meu cunhado, onde fiquei durante os meses de internação de minha mãe, observei que todos que estavam na sala assistiam a edição do Jornal RJTV que exibia uma reportagem narrando aquele mesmo episódio do tiroteio, dizendo que alguns dos estudantes e pedestres que passavam por aquele local, durante a troca de tiros por parte de facções inimigas, foram atingidos por alguns dos disparos. Deus é tremendo! Contei a todos sobre o que aconteceu comigo e todos ficaram muito contentes, entendendo mais uma vez que a nossa segurança está em Deus, indiscutivelmente!
Outra experiência pessoal de livramento que posso descrever durante a minha permanência no Rio de Janeiro foi quando eu a minha esposa (nessa época ainda era minha namorada) estávamos voltando para casa e decidimos sentar nas últimas poltronas do ônibus que nos levaria para casa. Recordo-me que a linha a qual pertencia aquele veículo tinha o procedimento de fiscalizar o mesmo no meio de seu trajeto. Conversávamos descontraidamente, quando a nossa “ficha caiu” e percebemos que outro ônibus, em alta velocidade, tentou frear atrás de nós e não conseguiu, atingindo assim, a traseira do ônibus em que nós estávamos, e o pior, bem no lugar onde estávamos sentados. Olhei para o lado e pude ver que um homem que estava assentado, próximo a nós, ficou em estado de choque e, logo que se recuperou do susto, voltou-se para nós disse a seguinte frase: “Até agora eu não entendi nada! Tenho um amigo que não anda mais, devido a um acidente semelhante a esse no qual acabamos de passar. Outro ônibus bateu na traseira do ônibus em que ele estava assentado, assim, nos últimos bancos e uma de suas vértebras foi achatada pelo impacto! Parece que isso foi um milagre” – concluiu ele. Aproveitei a oportunidade e disse: “Parece não, isso foi um milagre!!!” a partir dessa declaração, lembro-me que preguei a Palavra de Deus para aquele homem, focando no ponto em que devemos estar sempre preparados, ou seja, aprovados diante de Deus, porque não sabemos o momento em que Ele irá nos chamar para estar consigo na Glória. Essa foi mais uma grande experiência que também guardarei e, com certeza, serei grato a Deus pelo resto da minha vida!
Bem, amados leitores, voltando ao assunto principal desse pequeno testemunho, os dias se passaram e a minha mãe finalmente obteve a sua alta, porém, não como nós queríamos que fosse. Apesar do transplante ter sido normal, sem complicações no pós-operatório, o rim transplantado não conseguia executar a função prevista. O organismo havia manifestado alguns sintomas de rejeição àquele órgão, segundo o médico, chefe da equipe de transplantes renais. Confesso que, ao receber aquela conclusão médica, senti como se o chão sob mim tivesse sumido!
Tentei buscar uma resposta de Deus e só ouvia o Seu silêncio e, cá entre nós, quando Deus resolve ficar em silêncio, dói na alma! Entrei na fase dos “porquês”, gerada pela minha frustração ao esperar por um certo final e presenciar outro,  completamente diferente. Comecei questionar a Deus, movido por uma imaturidade espiritual que não me permitia acatar a vontade do Pai naquele momento delicado... “Porque, Senhor, Tu permitiste que a minha mãe voltasse ao sofrimento terrível da hemodiálise?” “Porque, meu Pai, o Senhor não a curou como tudo nos fazia pensar que seria?” “Porque, Deus, Tu nos trouxe até aqui para nada???” Tenho que admitir que eu “bombardeava” Deus com as minhas indagações, sem me lembrar de um conselho que eu conhecia muito bem dentro de Sua Palavra que diz “em tudo dai graças”! Confesso que a minha fé titubeou por algumas horas, até que o Espírito Santo começou a me trazer a memória a seguinte frase, “Há propósito para tudo debaixo do sol”. Ao perceber que Deus tentava me dizer isso através de Seu Espírito, me senti envergonhado e pedi a Ele que me perdoasse e me fizesse enxergar qual era o propósito que havia naquela situação e, Ele não me disse mais nada...
Vieram outros anos e a saúde de minha mãe piorava dia após dia, até que numa manhã, Deus a recolheu em Seus braços... Fiquei muito triste e, novamente fui invadido pelos “porquês” de outrora, mas, dessa vez foi diferente... “Aquele silêncio que Deus usou para responder” aos mesmos “porquês” de antes, cedeu lugar a uma frase do Espírito Santo que eu conseguia entender muitíssimo bem. Eu perguntei: “Senhor, porquê o Senhor não curou a minha mãe?” E Ele me respondeu com outra pergunta: “Hoje, ela não está curada?”
Refleti a comecei a assimilar que aquilo era a mais pura verdade! Realmente, todo o mal na vida de minha mãe havia passado, pois, na glória, em seu novo corpo espiritual, havia mais “saúde” do que no meu corpo físico naquele exato momento, muito mais, mesmo! Não havia mais sofrimento, nem dor, nem lágrimas. Somente Paz absoluta, nenhuma forma de incômodo ou sofrimento!!! Comecei a raciocinar e encontrei um grande propósito naquela situação ao entender que ela havia vencido aquela luta da maneira que Deus determinou, não da maneira que nós queríamos que fosse, pela medicina! Hoje, posso afirmar que ela está curada sim e que, quem está “enfermo” sou eu, pois, ainda preciso vencer muitas coisas, inclusive o meu “eu”, até que o Pai me recolha! Quero afirmar mais uma vez que o propósito principal de Cristo não é curar, e sim, salvar, podemos aprender na Bíblia que todos aqueles que foram curados por Ele e, até mesmo ressuscitados, morreram após algum tempo, portanto, se a cura fosse o principal motivo da vinda de Jesus a esse mundo, muitos dos que foram curados estariam vivos até hoje, pois, Jesus não realiza nada em vão, não perde tempo!!! As curas aconteciam para que alguns dos curados fossem despertados para seguir a Cristo e, para que os incrédulos pudessem contemplá-las e, possivelmente, também apresentarem o desejo de aceitar os ensinamentos do Mestre Jesus, deixando assim, as suas práticas pecaminosas!
Após este breve testemunho, apresentando a idéia de que nem todas as enfermidades físicas são curadas por Deus, elas podem estar fora de um propósito de cura e, somente no de salvação. 
Por outro lado, também podemos dizer, sem sombra de dúvida que, quando há um propósito de Deus em curar o enfermo, nada pode impedí-Lo de realizar essa cura. Deus pode usar a medicina ou alguém como um canal para que o milagre seja liberado sobre a vida do enfermo. É interessante sempre afirmar que existem enfermidades físicas e espirituais, as físicas, comprometendo o corpo e as espirituais, comprometendo o espírito e a alma.
Podemos fazer um paralelo sobre o agir de Deus nas enfermidades e os passos de um paciente rumo a sua cura. Vejamos:
A causa do mal:
Físico - A enfermidade pode ser simples ou grave, de acordo com os sintomas e riscos para o organismo do paciente!
Espiritual - O pecado é a enfermidade do espírito e da alma. Não existe pecado simples ou grave, não existe uma escala de pecados, qualificando-os, porém, a diferença está em sua conseqüência, o resultado que um determinado pecado traz a vida daquele que o pratica.
O médico:
Físico - Para cada enfermidade existe um tipo de especialista, por exemplo, se o paciente tem algum problema de coração, é aconselhável que ele seja assistido por um Cardiologista, se ele sofre alguma lesão no joelho, quem deverá acompanhá-lo é o Ortopedista, e assim por diante, cada médico atua numa determinada área do corpo humano, pois, possuem uma especialização adequada.
Espiritual - Para tratar o espírito e a alma, existe um só médico, o “Dr.” Rafá, que significa, “O Senhor que sara”. Jesus deseja nos curar, tirar de nós tudo o que atrapalha em nossa vida espiritual e põe em risco a nossa salvação. Busque a sua cura Nele!
O Hospital:
Físico - Não precisamos descrever um hospital, pois, todos já o conhecem muito bem, tanto na teoria quanto na prática. Num hospital, podemos encontrar vários pacientes com os mais variados problemas orgânicos.
Espiritual - A Igreja também é um hospital, é o local procurado pelos “enfermos espirituais” e também pelos físicos. Não é um local de pessoas absolutamente sãs, como muitos afirmam ser, mas, um local onde aqueles que reconhecem a sua enfermidade, seja física ou espiritual, são sarados. Quero ressaltar que o Dr. Rafá não está limitado ao hospital, Ele pode realizar consultas particulares, na verdade, essas são as preferidas Dele, as mais íntimas possíveis! Assim, como num hospital, podemos encontrar várias “enfermidades” dentro de uma Igreja. 
A receita:
Físico - Toda vez que somos examinados por um médico, durante um mal estar causado por uma enfermidade, este nos receita medicamentos para combater os sintomas que apresentamos durante a consulta. A receita pode variar de acordo com o diagnóstico, como já foi dito, existem vários tipos de medicamentos que vão dos mais fracos aos mais “agressivos”.
Espiritual - A receita que nos faz alcançar uma cura de Deus é somente uma, obedecer a Ele a Sua Palavra e colocarmos a nossa fé em prática. Através da fé e obediência somos curados pelo Pai.
O tratamento:
Físico - Os médicos propõem vários tratamentos aos seus pacientes, dependendo do mal que os assola. O tratamento pode partir de simples pílulas de vitaminas até os chamados “tratamentos de choque”, como é o caso das quimioterapias, radioterapias e outros tratamentos mais agressivos que produzem vários efeitos colaterais após as suas sessões.
Espiritual - Para se tratar uma doença no espírito e na alma, existem vários tratamentos, também chamados de "libertação". Podemos dizer a libertação pode ser rápida ou complexa, dependendo do envolvimento do “enfermo” com o pecado, em suas mais variadas formas e áreas que ele costuma atingir.
Após realizarmos um “tratamento” correto, alcançamos a cura necessária para que os nossos males, físicos ou espirituais, sejam aliviados por Deus!
Que Deus abençoe a todos!!! 

 

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